Você tem a mentalidade certa para vencer?
Mindset

Você tem a mentalidade certa para vencer?

Aplique a nova psicologia do sucesso na sua vida

Há dois tipos de mentalidade: mentalidade fixa e mentalidade flexível.

A psicóloga e escritora bestseller Carol S. Dweck defende que algumas pessoas são mais inteligentes, mais pensativas ou mais aventureiras do que outras. Segundo ela, durante anos os especialistas atribuíram estas diferenças à combinação de ambiente, fisiologia e composição genética de cada indivíduo. Mas outros fatores ajudam a determinar características individuais, incluindo características que resultam de uma mentalidade “fixa” ou “flexível”. Para a autora, aqueles que veem a sua personalidade ou inteligência como inabaláveis possuem uma “mentalidade fixa”. Eles acreditam que nem a personalidade nem a inteligência estão sujeitas a mudanças e sentem a necessidade de se mostrar constantemente em todas as situações. As pessoas com uma mentalidade fixa geralmente desenvolvem logo cedo essa perspectiva, geralmente devido à influência dos pais ou professores. Por outro lado, diz ela, pessoas com uma “mentalidade flexível” acreditam que podem melhorar ou alterar suas características de personalidade ao longo do tempo e enxergam um futuro repleto de oportunidades para crescer, mesmo em tempos difíceis. 

A mentalidade tem impacto no desenvolvimento dos talentos.

A mentalidade tem implicações significativas, embora a maioria das pessoas seja muito imprecisa ao avaliar as suas próprias capacidades. Dweck acredita que pessoas com uma mentalidade fixa tendem a tomar cada falha a nível pessoal. Elas causam rupturas dramáticas e tendem a ser julgadoras. Além disso, elas interpretam qualquer contratempo, desde uma demissão até um não no relacionamento, como uma mensagem de rejeição. Sentir-se indesejado exacerba a sua baixa autoestima. Estas pessoas dão duro para esconder as suas fraquezas, mas acreditam que os seus relacionamentos, as suas características e as características dos seus parceiros são imutáveis.

Os cientistas estão percebendo que as pessoas têm maior capacidade do que se havia imaginado para aprender e desenvolver o cérebro durante toda a vida. (…) As pessoas podem ter diferentes temperamentos e aptidões no início de suas vidas, mas evidentemente a experiência, o treinamento e o esforço pessoal conduzem-nas no restante do percurso.Carol Dweck 

Em contrapartida, as pessoas com mentalidade flexível acreditam que podem mudar os seus traços de personalidade e desenvolver as suas habilidades e talentos. Elas adoram aprender e sentem-se frustradas quando não estão desenvolvendo o seu potencial. Ter uma mentalidade flexível ajuda as pessoas a lidar com o estresse. Além disto, a mentalidade também determina as qualidades de liderança e os resultados acadêmicos.

Na visão de Dweck, as mentalidades desempenham um papel no desenvolvimento do talento “natural”. Ela faz referência a um pesquisador na área da Educação que descobriu que pessoas excepcionais, de nadadores a músicos, não mostravam os seus talentos até que estudassem e se aplicassem. Por exemplo, Mozart trabalhou por uma década antes de escrever qualquer coisa memorável. No entanto, inventores e artistas compartilham a capacidade de aprender com o tempo à medida que amadurecem e não dependem apenas das suas habilidades naturais.

A mentalidade tem impacto sobre o estilo de liderança.

Um líder que exibe uma mentalidade fixa pode abrir o caminho para o fracasso da empresa. Dweck cita um estudo que revelou que os executivos corporativos que se concentram nas suas reputações pessoais o fazem às custas das suas empresas. Por exemplo, Lee Iacocca ajudou a ressuscitar a Chrysler, mas depois se concentrou demais na sua própria reputação, reduzindo a força da empresa. O mesmo pesquisador descobriu que os executivos que se consideram gênios ou visionários não constroem grandes equipes. Albert Dunlap, especialista em recuperação corporativa, chegou à Sunbeam em 1996. Confiante nas suas competências, demitiu metade dos funcionários e todos que discordavam dos seus métodos. Após uma fase positiva nos resultados da empresa, recorreu à loucura de inflar as receitas em um período de recuo. Após três anos, ele foi despedido.

Executivos com mentalidade de crescimento estão no extremo oposto. Dweck cita o caso de Jack Welch, o executivo que assumiu o controle da GE em 1980, quando a empresa estava avaliada em US$ 14 milhões. Vinte anos depois, ela valia mais de US$ 490 bilhões. Welch conseguiu a posição de liderança da GE admitindo que não era um gênio e se comprometendo a aprender. A estratégia funcionou. Ele primou pela participação dos funcionários e por derrubar barreiras internas arbitrárias. Dweck garante que bons líderes têm o desejo de aprender. Há estudos que mostram que não existe um “líder natural”. As pessoas se tornam líderes mudando a si mesmas. Em vez de tentar identificar futuros líderes por seu “talento natural”, as empresas devem distinguir os candidatos à liderança com base no seu potencial de desenvolvimento individual e, em seguida, dar-lhes oportunidades de aprender novas habilidades, ganhar mais e se preparar melhor para os desafios da vida.

Quebre o ciclo de mentalidade fixa, impulsione a autoestima e abra novos caminhos para o crescimento – de preferência desde cedo.

Este não é um conceito novo. Muitos autores recomendam a busca de uma mentalidade flexível para alcançar o sucesso. Desde Napoleon Hill, e sua ênfase na construção da Mente Mestra para a conquista dos objetivos, até Mark Manson e sua polêmica série de livros que ensina os leitores – sem meias palavras – a engrenarem na sua evolução pessoal e profissional sem se deixarem abater pelas pressões, todos afirmam ser possível quebrar o ciclo de mentalidade fixa e aprender novas habilidades. Para esses autores, os seres humanos podem ser ensinados a reagir de novas maneiras, a enfrentar desafios, crescer e pensar de forma diferente.

Quem se torna excelente em alguma coisa consegue isso por entender que não nasceu excelente – é medíocre, comum –, mas que pode se tornar muito melhor. Carol Dweck 

Dweck destaca que ensinar desde cedo sobre a mentalidade são formas produtivas de aumentar a autoestima das pessoas. No contexto escolar, por exemplo, a chave é mostrar ao aluno que o mentor está interessado em promover as suas competências e apoiar o seu crescimento como um todo. Ela orienta os professores a elogiarem os alunos por seus esforços e realizações para que eles possam buscar desafios mais difíceis, mas que não é prudente proteger as crianças do fracasso. Não ser o melhor, ou falhar, acontece com frequência na vida. É uma ocorrência comum e não há nada de errado nisso, contanto que sirva como um aprendizado para o desenvolvimento pessoal.

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